terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A SAÚDE COMEÇA PELO INTESTINO

Por Manuela Ibi, nutricionista, acupunturista & fitoterapeuta



Você já teve aquela sensação de estufamento intestinal sem ter exagerado na refeição? Ou seu transito intestinal aumentou de repente, acompanhado de distensão e dores que vem – aparentemente – do nada?

Muitos se queixam deste tipo de problema que vai e vem sem um padrão e, aparentemente, não está ligado a nenhum alimento em especial. Descartada a possibilidade de uma doença intestinal (como uma infecção ou uma síndrome do intestino irritável), o que fazer?  

Este tipo de situação é comum no consultório e pode acontecer quando há um desequilíbrio na flora intestinal, chamado DISBIOSE. 

Fonte: Terceiro Milênio
A DISBIOSE é uma situação onde a microbiota intestinal (flora intestinal) benéfica está diminuída e as bactérias patogênicas (que habitam normalmente nosso intestino) passam a dominar a situação. Isso leva a uma modificação do ambiente intestinal com maior fermentação, alteração do transito e alteração da absorção dos nutrientes. Esta modificação pode levar a uma alteração na parede do intestino, enfraquecendo suas células que podem deixar “passar” toxinas presentes na luz intestinal pra dentro do nosso corpo.

Além disso, pode se desenvolver uma sensibilidade ou uma intolerância a diversos alimentos que antes eram consumidos normalmente. Há uma diferença entre sensibilidade e intolerância: a 1ª está ligada a uma proteína do alimento e a 2ª relaciona-se aos seus carboidratos.



Como se desenvolve uma disbiose intestinal? Existe uma associação entre hábitos de vida (como exercício, stress e fumo) e o tipo de alimentação. Como funciona com o atleta vegetariano ou vegano? Quando o esporte praticado é de alta intensidade (corridas longas em alta velocidade, triátlon, competições esportivas em geral) ele provoca um “stress” intestinal pelo aumento do hormônio cortisol, podendo ocorrer uma disbiose. 

Por outro lado, a característica alimentar vegetariana ou vegana contém mais vegetais, frutas, legumes, temperos que ajudam a preservar a estrutura intestinal por conterem substâncias protetoras como a inulina, as fibras e os frutooligossacarídeos (FOS). Os principais alimentos “amigos” do equilíbrio intestinal são chamados de PREBIÓTICOS e são: alcachofras, raízes da chicória, aspargos, alho-poró, cebolas, alho, mel e trigo.

Benefícios dos prebióticos

Os prebióticos podem apresentar funções importantes no trato gastro intestinal como:

- estimular crescimento flora saudável 
- favorecer a imunidade
- atuar na prevenção da diarréia patogênica e constipação
- diminuir metabólitos tóxicos e das enzimas patogênicas no cólon
- reduzir o colesterol sérico 
- favorecer a absorção e produção de nutrientes (B1,B2,B3,B6,B9 e B12)
- melhorar a tolerância à lactose

Recomendações

O consumo de 5 a 20g/dia (durante 15 dias) pode produzir alterações benéficas na composição da flora intestinal. 

A figura abaixo mostra a ação dos prebióticos e probióticos na microbiota intestinal:


Mas, como tudo é um equilíbrio, se perdê-lo como recuperá-lo? É necessário um tratamento nutricional específico e individualizado que dura de 1 a 6 meses. O consumo recomendado de FOS é em média 3 a 10g/dia e além de melhorar a saúde gastrointestinal, reduz a pressão arterial, apresentar efeitos benéficos no metabolismo lipídico e na redução colesterol sérico. Podem ser observados efeitos adversos em doses superiores a 30g/dia.

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