Por Manuela Ibi, nutricionista, acupunturista & fitoterapeuta
Um dos “Xis da questão” na dieta vegetariana é suprir a demanda quantitativa e qualitativa de proteínas.
A indústria alimentícia mundial, de olho neste nicho de mercado em expansão, desenvolveu vários produtos, entre eles o Quorn.
Quorn é o principal produto substituto da carne no Reino Unido e Irlanda. A marca foi lançada em 1985 por Geoffrey Quorn e agora é comercializada em 16 países.
A idéia foi desenvolver um produto para suprir a crescente demanda global por proteína. Por isso ele busca replicar o sabor e a textura da carne. Mas, do que é feito o Quorn?
Filés de Quron: frito, descongelado e congelado - autor da foto Jan Ainali (Wikipédia) |
QUORN, é uma micoproteína (proteína de fungo) derivada do fungo Fusarium venenatum, que é cultivado por fermentação, usando um processo semelhante ao da produção de cerveja ou de iogurte.
A cultura do fungo é seca e misturada a albumina de ovo caipira, que atua como um ligante e, em seguida, é ajustada na textura e prensado em várias formas.
O fungo filamentoso Fusarium venenatum foi descoberto em 1967. Após um extenso processo de triagem, foi isolado como o melhor candidato para produção de biomassa unicelular rica em proteina e em 1985, depois de um programa de avaliação de dez anos, foi dada a permissão de venda de micoproteinas para consumo humano.
Quando o Quorn foi introduzido nos Estados Unidos, em 2002, o Centro para a Ciência no Interesse Público (CSPI) manifestou várias preocupações sobre o produto. Parte da preocupação do CSPI era sobre a rotulagem original do Quorn que o descrevia como produto “a base de cogumelo” sendo que o Fusarium venenatum não é um cogumelo, e sim, um microfungo ou bolor (O bolor ou mofo é uma designação comum dada a fungos filamentosos que não formam estruturas semelhantes a cogumelos). Outra preocupação era sobre a segurança alimentar em relação ao desenvolvimento de alergias.
O Quorn é produzido tanto como um ingrediente para uso culinário como em uma variedade de refeições vegetarianas prontas e refrigeradas. É vendido principalmente na Europa com o apelo de alimento saudável e uma alternativa à carne.
Fonte: Facebook Quron Brasil
O avanço da tecnologia da indústria alimentícia proporciona alternativas para a diversificação da alimentação vegetariana mas introduz componentes novos, muitas vezes estranhos ao nosso metabolismo e assimilação. Embora tenham apelo saudável, o aumento na frequencia de consumo de determinadas proteinas (de 1 vez de vez em quando para 2-4 porções ao dia) pode provocar o aparecimento de sensibilidades ou reações adversas, como as alergias alimentares.
Além disso, a opção pelo vegetarianismo é também uma busca pela alimentação mais natural e próxima ao alimento que a natureza nos oferece. Ela pode ser completa em proteína, rica em aminoácidos essenciais, rica em sabores e temperos, e, especialmente, pode criar pratos e receitas sem a necessidade de imitar sabor, textura e forma de carne animal.
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