Foto UNESP / Divulgação |
Psicóloga. Atua na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP - Botucatu)
O despertador toca, já com pressa você acorda e corre para o chuveiro. Se troca rapidamente e começa a se atualizar sobre o que aconteceu enquanto dormia. Redes sociais, e-mails, notícias e quase esquece de tomar o café-da-manhã.
Trânsito, muito trânsito, pessoas mal humoradas. Chega atrasado no trabalho, e ao entrar em sua sala se depara com as tarefas do dia anterior que você não deu conta de terminar e imagina as outras mais que chegarão nesse dia.
Entre telefonemas mal-educados e relatórios urgentes, você se lembra da conta que esqueceu de pagar. Decide que vai fazer isso na hora do almoço e ao sair já começa mais uma correria: trânsito, cara feia, fila de banco. Almoço? A melhor opção seria alguma coisa rapida, que não te dê trabalho. Eis que entra aquela deliciosa, e salvadora, rede de fast food.
Essa é a vida que muitos de nós levamos hoje. Ao fecharmos os olhos para o nosso mundo interior, acabamos fazendo parte de um cotidiano completamente automatizado que exige de nós cada vez mais eficiência, rapidez e prontidão. Nele há pouco espaço para a reflexão, criatividade, o “apreciar o momento”.
Esse sistema em que estamos inseridos tem benefícios? Com certeza. Não estou aqui me colocando contra os grandes avanços tecnológicos do mundo atual, porém é de extrema importância que cada um de nós, ao nos sentirmos estressados ou presos nesse olho de furacão, consigamos fazer a seguinte pergunta:
Essa vida me faz feliz?
Esse não é um questionamento simples e sua resposta também não poderia ser. Mas o que eu vejo cada vez mais é que as pessoas são facilmente absorvidas por esse sistema – ele tem muitos atrativos! – e quando menos percebem estão fazendo tudo o que ele exige, sem questionar. E mais do que isso: sem achar que há escolhas.
Comer num fast food é rápido? Sim. É barato? Sim.
Um cargo importante numa empresa renomada trará dinheiro? Sim. Nos dará status social? Sim.
Mas, como tudo na vida, há um preço a pagar por cada escolha que fazemos. Essa vida “fast food” tem o seu brilho mas é importante que nós nos questionemos sempre sobre quais os nossos valores, qual a importância que nós damos aos nossos amigos, aos momentos em família, ao nosso precioso tempo livre. E sim, sempre há escolhas que podem ser feitas.
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