Foto UNESP / Divulgação |
Por Juliana Hunger Hoffmann
Psicóloga. Atua na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP - Botucatu)
Psicóloga. Atua na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (UNESP - Botucatu)
Ela pode aparecer num roer incessante de unhas, dor de estômago, frio na barriga, falta de ar, dor e palpitação no peito, ingestão exagerada de um tipo de alimento, mas ao se procurar um médico para esclarecer a origem do problema, recebemos a resposta de que nosso organismo está bem.
De onde vem esses sintomas então?
Esse tipo de somatização pode aparecer como reflexo da ansiedade. Muitos compromissos, muita cobrança (interna ou externa), pouco tempo para o lazer ou para o auto-conhecimento são alguns dos causadores desse estado psicológico que acaba nos fazendo tão mal.
Porém, a ansiedade é, em princípio, um sentimento bom para a nossa psique, pois ela nos prepara para uma situação de risco iminente. Ficar ansioso antes de um teste, por exemplo, pode ser algo positivo se isso nos deixar mais alertas e prontos para responder perguntas.
A ansiedade passa a ser ruim para nós quando, ao invés de nos deixar mais alertas e preparados para enfrentar desafios, ela nos desestabiliza e nós perdemos a concentração e o equilíbrio emocional.
Mas de onde vem essa inquietação? Se está passando por alguma situação em que está muito ansioso mas não enxerga um motivo “plausível”, provavelmente a causa desse estado seja inconsciente.
Quando não estamos conectados com essa instância da nossa psique, conteúdos podem assumir a forma de uma inquietação exagerada, do pensamento que algo ruim está prestes a acontecer, e então passamos a viver nesse estado de alerta, o que nos prejudica em todos os aspectos da nossa vida.
Ao negarmos algum problema, ou virarmos as costas para alguma situação com a qual não queremos lidar, tornando-a inconsciente, essa situação continuará existindo e irá se apresentar para nós como ansiedade.
Para atenuarmos esse estado então, podemos tentar suavizar os sintomas, e trabalhar a causa.
Para suavizar os sintomas (não resolveremos a causa do problema, mas teremos um equilíbrio melhor no nosso dia-a-dia), podemos praticar um esporte, por exemplo, já que atividades físicas, principalmente ao ar livre, podem auxiliar muito na diminuição da ansiedade.
Com a prática de exercício físico, o organismo produz hormônios, principalmente do grupo das endorfinas, que ajudam inibindo dores, relaxando e dando uma sensação de bem-estar. Podem até melhorar a memória, que muitas vezes está prejudicada pela própria ansiedade.
Além disso, atividades como o yoga e alongamentos trazem em seu princípio esse efeito calmante no organismo. Incluir atividades de lazer na nossa rotina também pode ajudar a
melhorar os sintomas, e se nos propusermos desenvolver alguma forma artística de expressão poderemos até entrar em contato com material inconsciente, elaborando melhor nossa ansiedade. Pintar, cantar, dançar, tocar algum instrumento são maneiras de sair do círculo vicioso que a ansiedade nos coloca.
Algumas mudanças internas também podem ajudar: Parar de se responsabilizar pelos problemas que não temos controle por exemplo. Os atrasos nos transportes públicos, aquela encomenda que não chega e o resultado de um exame que não sai são coisas que nós não podemos controlar. Pra que nos preocupar então?
Pessoas muito ansiosas geralmente constroem probabilidades catastróficas para sua vida.
Uma das maneiras para lidar com isso é tentar racionalizar essas teorias, fazendo perguntas a si mesmo e vendo até que ponto elas são reais.
Já para ir mais fundo no problema e trabalhar sua causa, a psicoterapia é um dos caminhos para atenuarmos a ansiedade exagerada. Nela a pessoa entende de onde vem o seu sintoma, e a partir disso pode ressignificá-lo e lidar com ele de outra maneira.
E você, anda muito ansioso?
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